quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O QUE É A FACULDADE ABERTA DA MATURIDADE/MS

FACULDADE ABERTA DA MATURIDADE – FAMA
PROPOSTA – PROGRAMA - PROJETO

1. O PROBLEMA

Estamos no século XXI. Vivemos um tempo de profundas mudanças proporcionadas pela vertiginosa revolução tecnológica. Não dá mais para nos aquietarmos com as conquistas do passado; ele nada mais tem a nos oferecer. À medida que a população mundial envelhece, a sociedade se vê frente a um problema inexistente até o século passado. Pessoas ainda no vigor de sua potencialidade margeiam o mercado de trabalho, aposentam-se em pleno momento de pujança intelectual e caem em uma vida sedentária e desmotivada. Nada mais esperam; recolhem-se, e, muitos, caem na solidão.
O que fazer depois dos cinquenta anos? Haverá vida inteligente após a aposentadoria? Valerá a pena conhecer novas pessoas, compartilhar ideias, discutir problemas da atualidade? Partilhar e trocar experiências, reaprender?
Compartilhar um mundo em profundas transformações vai requerer dessa população que envelhece esforços de adaptabilidade, previsto, para todas as idades pelo Relatório Dellors: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.
O Relatório Dellors (resultado dos trabalhos desenvolvidos, de 1993 a 1996, pela Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura sob o título Educação – um tesouro a descobrir) publicado no ano de 2000, representa a síntese do pensamento pedagógico oficial da humanidade, naquele final de milênio. O documento considera como missão da Educação para a atualidade todos os processos que levem as pessoas, desde a infância até o fim da vida, a um conhecimento dinâmico e dialógico do mundo, dos outros e de si mesmas. Para tal intento, segundo as conclusões do relatório, necessário se faz apropriar-se de quatro saberes fundamentais: (1) aprender a aprender, (2) aprender a fazer, (3) aprender a viver juntos, (4) aprender a ser. Esse aprendizado é permanente e atemporal, visto considerar a vida como um processo educativo, no qual deveremos adquirir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana, levando as pessoas a tomar consciência das semelhanças e das interdependências entre todos os seres humanos do planeta.
Aprender a conhecer significa que necessitamos, ao longo de nossa existência, adquirir os instrumentos da compreensão do mundo, dos outros e dos mesmos, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Esse processo de descoberta implica duração e aprofundamento da apreensão. Precisamos, sem dúvida, manter a capacidade de admiração frente a realidade.
Aprender a fazer é dotar-nos, em todas as etapas de nossas vidas, de habilidades e competências para agirmos no mundo, por intermédio do nosso meio; combinando qualificação técnica e profissional com a aptidão para o trabalho em equipe, espírito de iniciativa, gosto pelo risco, capacidade de estabelecer processos de comunicação, gestão de conflitos, e, antes de tudo, a capacidade de estabelecer relações interpessoais estáveis e eficazes.
Aprender a viver juntos, sem dúvida, é nosso aprendizado maior desde a infância, a fim de compartilharmos nossas existências tão comuns e semelhantes de maneira cooperativa. Esse saber envolve nosso aprendizado em viver com os outros, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências.
Aprender a ser é o aprendizado que nos capacita a desenvolver nossos talentos, mantendo nossa liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação de modo a nos tornarmos tanto quanto possível emancipados e donos do nosso próprio destino.

2. PARTE DA SOLUÇÃO DO PROBLEMA
PROPOSTA DE EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL DIRECIONADA À POPULAÇÃO EM IDADE MADURA
Grande parte do problema que aflige a população em idade madura é a desmobilização e o isolamento, o que conduz inapelavelmente à vida sedentária, improdutiva e desestimulante. Encontrar pessoas, trocar ideias e experiências, aprender coisas novas, renovar conceitos, atualizar-se são antídotos contra os males decorrentes dessa situação.
Entendendo a vida como meio, transcurso entre o niilismo e a sabedoria (potencial que se possa alcançar) a educação deve ser compreendida como um processo que deve ser contínuo e permanente. A educação informal, acrescida da educação formal, pode e deve ser acrescida da educação não formal, a qual se diferencia das modalidades anteriores, por ser aquele que, desenvolve-se no “mundo da vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente, em espaços e ações coletivas cotidianas.
A EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL traz implícito o objetivo de capacitar os indivíduos a se tornarem cidadãos do mundo, no mundo, com a finalidade de abrir janelas de conhecimento sobre o mundo que o circunda e suas relações sociais, tendo como meta a transmissão de informação e formação política e sociocultural; preparando os cidadãos e educando o ser humano a adquirir uma civilidade, em oposição à barbárie, ao egoísmo, o individualismo, a solidão precedentes ao estado de incapacitação e depressão. Assim sendo, a modalidade de educação não-formal assume a dimensões do aprendizado social, favorecendo o desenvolvimento da aprendizagem:
1. POLÍTICA DOS DIREITOS DOS INDIVÍDUOS ENQUANTO CIDADÃOS;
2. DE HABILIDADES E/OU DE POTENCIALIDADES;
3. E EXERCÍCIO DE PRÁTICAS QUE CAPACITEM AOS INDIVÍDUOS A SE ORGANIZAREM COM OBJETIVOS COMUNITÁRIOS COM VISTAS A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS COLETIVOS DO COTIIDANO;
4. DE CONTEÚDOS QUE POSSIBILITEM AOS INDIVÍDUOS FAZEREM UMA LEITURA DO MUNDO DO PONTO DE VISTA DA COMPREENSÃO DO QUE SE PASSA AO SEU REDOR;
5. DAS PRODUÇÕES DESENVOLVIDAS NA MÍDIA E PELA MÍDIA EM ESPECIAL A ELETRÔNICA (INTERNET, REDES SOCIAIS, APLICATIVOS ETC)

Durante o processo de construção do saber na Educação não-formal , “o outro”- aquele com quem interagimos ou nos integramos é o agente educativo – que, ao se confrontar com nossas verdades, propiciam a construção de novo patamar de conhecimento e otimização do nosso repertório de conhecimento. Isso pode – e com certeza vai - contribuir com mudanças profundas de consciência dos indivíduos e proporcionando maior qualidade de vida. O que diferencia essa modalidade de educação da informal é que, enquanto esta se desenvolve no âmbito da cultura e das práticas sociais, aquela se desenvolve em ambientes educativos intencionalmente interativos.
A Educação-não formal ocorre em ambientes e situações interativas construídas coletivamente, segundo diretrizes de dados grupos, usualmente a participação dos indivíduos é optativa, mas também pode ocorrer por força de certas circunstâncias da vivência histórica e necessidade de cada um. No caso, há uma intencionalidade no ato de participar, de interagir, de relacionar-se, de aprender e de transmitir ou trocar saberes.
SÃO OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL
1. Educação para a cidadania
2. Educação para a justiça social
3. Educação para direitos (humanos, sociais, políticos, culturais)
4. Educação para a liberdade (é emancipatória)
5. Educação para a igualdade
6. Educação para a democracia
7. Educação contra a discriminação
8. Educação pelo exercício da cultura e para a manifestação das diferenças culturais
RESULTADOS ESPERADOS DA EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL
1. Consciência e organização de como agir em grupos coletivos;
2. A construção e reconstrução de concepções de mundo;
3. A contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade;
4. Forma o indivíduo para a vida e suas adversidades;
5. Resgata o sentimento de valorização de si próprio; ou seja, dá condições aos indivíduos para desenvolverem sentimentos de auto-valorização, de rejeição dos preconceitos que lhe são dirigidos, o desejo de lutarem para se reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro de suas diferenças (raciais, étnicas, religiosas, culturais...)
6. Os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática; aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca.
3. O PROJETO
CRIAÇÃO E MANUTENÇÃO DA
FACULDADE ABERTA DA MATURIDADE – FAMA
3.1. JUSTIFICATIVA
Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, assim como vários pontos do país (e do mundo) tem significativa parcela de sua população com mais de 50 anos. Grande parte desse público é constituída de indivíduos pertencentes a uma camada social de bom nível econômico e boa escolaridade, os quais, em sua maioria, ou são aposentados, ou empresários. Parcela dessa população já educou seus filhos, já alcançou seus objetivos profissionais e familiares. Muitos dos quais, poderiam ter um aumento de sua qualidade de vida vivenciando novas oportunidade de aquisição e compartilhamento de conhecimentos, troca de experiências e convivência sócio-educativa. Para esse público, propomos a criação da FACULDADE ABERTA DA MATURIDADE como uma alternativa viável de uma educação não-formal, facultada em ambiente propício a esse aprendizado.

3.2. OBJETIVOS
3.2.1. GERAL
Abrir janelas de conhecimento, de maneira dinâmica, interativa e comunitária, preenchendo lacunas preexistentes, ou mesmo imaginadas, conduzindo o indivíduo na maturidade de sua existência à construção de um patamar majorante do seu repertório de conhecimento sobre o mundo que o circunda, favorecendo a constituição e manutenção do sentimento de pertencimento junto ao grupo com o qual interage no mundo.

3.2.2. ESPECÍFICO
1. Educação para a cidadania
2. Educação para a justiça social
3. Educação para direitos (humanos, sociais, políticos, culturais)
4. Educação para a liberdade (é emancipatória)
5. Educação para a igualdade
6. Educação para a democracia
7. Educação contra a discriminação
8. Educação pelo exercício da cultura e para a manifestação das diferenças culturais
4. METAS
4.1. AÇÕES
4.1.1. Desenvolvimento de ciclo de vídeos e filmes –debate – quinzenal
4.1.2. Desenvolvimento de roda leitura e estudos compartilhados – quinzenal
4.1.3. Desenvolvimento de palestras temáticas – 1 vez/mês
4.1.4. Desenvolvimento de eventos de congraçamento – 1 vez/mês
4.1.5. Oferecimento de curso regular com a duração de 2 anos/ turma com carga horária semanal de 5 horas -2 vezes na semana (vagas limitadas; turma de 20)

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